Sunday, February 3, 2019

TESOURO NACIONAL: BÁRBARA BORGES


























Ser Paquita já era uma vontade de seguir carreira artística ou somente viver aquela febre do momento sem pensar pra frente?

Fui uma menina cheia de sonhos, entre eles estavam os sonhos de ser atriz e ser Paquita. Porém, um independente do outro. Cresci assistindo o “Xou da Xuxa” e, como muitas meninas da minha geração, queriam ser Paquita, pra estar perto da Xuxa e fazer parte do mundo dela! Ser Paquita foi a realização de um sonho de infância!

Mesmo com experiência em TV e teatro você decidiu fazer faculdade de Artes Cênicas. Por quê?

Em 1999 eu saí do grupo de Paquitas porque havia passado no teste para a peça “A Lista”, do Oswaldo Montenegro. Logo no início, na fase de ensaio, eu ainda conciliava os ensaios da peça com as gravações dos programas e compromissos de Paquita, mas foi uma loucura! Percebi que precisava me dedicar ao novo sonho…uma nova porta se abria e eu era “crua”, tinha limitações por falta de conhecimento. Era necessário estudar, ter mais conhecimento sobre o ofício do ator. E foi então, que ainda fazendo a peça, eu comecei a estudar teatro e fiz a faculdade de artes cênicas. Eu estudava teatro quando passei a ser chamada para testes na Globo, até que em 2000, passei no teste para a minha 1ª novela “Porto dos Milagres”. Em 2001 acabei a faculdade com uma peça de encerramento chamada “Handbag”, de Mark Ravenhill.

Que dificuldades você enfrentou no início de carreira como atriz e o que faria diferente se pudesse voltar no tempo?

Não faria nada de diferente. Tenho boas recordações do meu início de carreira como atriz. Tudo foi válido, até mesmo as dificuldades! No geral, as pessoas pensam que o papel do ator é muito fácil, basta ler o texto e decorar, mas eu tinha consciência que ser atriz era muito mais do que isso. Sempre vi a arte de atuar como um ofício sério de estudo e observação. Atuar é transcender seus limites, se reinventar. E conseguir isso é trabalhoso, porém, sem sombra de dúvidas, muito prazeroso! Eu sempre fui uma curiosa por natureza, tenho sede de aprender e isso contribuiu para o meu amadurecimento e crescimento profissional. Dificuldades eu vou encontrar sempre. E isso é bom porque não me paralisa, não me acomoda!

Depois de um longo período na Globo você foi para a Record. Sentiu muita diferença do estilo de trabalho? Com foi essa “mudança de canal”?

Eu não estava escalada em nenhum projeto da Globo e tinha uma ótima proposta de trabalho na Record. Foi uma mudança natural e tranquila! Eu queria trabalhar!! A Record me proporcionou meu primeiro trabalho com comédia, e de uma importância ímpar na minha carreira com a personagem Elvira, em “Bela, a feia”.

Atualmente você está interpretando a periguete Diva Paranhos, de Balacobaco, da Record, como está sendo fazer a Diva e existe algo de você nela?

A Diva não é propriamente uma “periguete”. Tem um pouco também, mas é uma vilã atrapalhada, engraçada. Eu penso que meu papel de atriz é servir à personagem. Tanto a caracterização quanto o trabalho interno são únicos. O que eu “empresto” pra personagem é meu corpo, e a cada personagem eu gosto de mudar o visual de acordo com as características de cada uma. Não há um traço de semelhança entre a Diva e eu. Nossas energias são bem distintas!

Mais diferente que a Diva só mesmo a Jennifer, que era um personagem lésbico. Sofreu algum preconceito na época?

A Jennifer foi um divisor de águas na minha carreira. Foi um trabalho com um peso dramático muito grande, pois tratava de um assunto ainda muito polêmico: o homossexualismo. Em pleno século XXI e ainda um tabu? Sim! No início era como trabalhar na corda bamba. Em outras novelas houve tentativas frustradas de se falar sobre o homossexualismo pela rejeição do público, mas tivemos uma agradável surpresa por parte do público e da crítica, e o que poderia ser um problema, não foi! Pelo contrário, foi tão bem desenvolvido pelo Aguinaldo Silva e dirigido pelo Wolf Maya e os outros diretores, que até mesmo adoção de crianças pelo casal homossexual foi falado, e Jennifer e Leo (Mylla Christie) adotaram uma criança no final da novela. Eu não sofri nenhum preconceito, mas é claro que na época algumas pessoas confundiram e acharam que eu também era lésbica! (risos)!! Mas isso acontece com todos os personagens e é normal esse tipo de confusão por parte do público!! Essa confusão nunca me incomodou e eu ainda acho graça disso! (risos)! É sempre um bom sinal!

 Você posou 2 vezes para a Playboy. A primeira aos 26 anos e a segunda com quase 30. O que mudou no seu corpo e na sua cabeça entre um ensaio e outro? E por que os fez?

Tudo muda o tempo todo! E o meu objetivo é que essa mudança seja sempre pra melhor! A primeira proposta que tive da Playboy foi em 2001, com a Luiza de “Porto dos Milagres”, mas naquele momento o ensaio com a Playboy estava fora de cogitação! Eu assumo, já falei “nunca vou posar nua”, e aprendi, em 2005, que não se deve falar “nunca” porque a vida é uma caixinha de surpresas e a gente não sabe como será o amanhã!!! Em 2005, com 26 anos, decidi fazer o ensaio pra Playboy depois de muita conversa com a minha família. Sempre fui mais recatada, pudica, e paradoxalmente fui criada por uma mãe que enxerga a nudez de forma natural e bela, e ainda escolhi ser atriz. Aprendi com o oficio de atriz a me libertar de preconceitos e minhas próprias limitações, mas sem dúvida, minha mãe me deu um “empurrãozinho”! O corpo humano é mesmo naturalmente belo! Não é a toa que a nudez sempre esteve presente ao longo da história das artes plásticas! Não sou hipócrita, o dinheiro que ganhei foi ótimo e teve sua importância na minha decisão, mas não foi o dinheiro pelo dinheiro! Eu me dispus a fazer um ensaio artístico de qualidade e bom gosto, e me senti muito confortável e segura com a equipe que trabalhei em 2005 e em 2009. Hoje tenho 2 ensaios bem diferentes um do outro, em que as personagens da época eram marcantes e mexiam com a fantasia das pessoas (Jenifer e Elvira).

Você é uma mulher bonita e sabe disso. Como encara a sua beleza? É muito vaidosa? Você se acha sensual?

Eu me enxergo diferente de uns tempos pra cá. A minha vaidade reconhece, sem neuroses, a minha pele, o meu corpo, e os meus 34 anos. Envelhecer é a lei mais natural da vida e eu quero viver muito, portanto vou envelhecer, saudavelmente, me cuidando!! Hoje eu tenho uma boa relação comigo mesma: mais madura, com menos cobranças, e não me acho bonita todos os dias! E quanto a sensualidade, não acho que eu seja sensual, mas acredito que em alguns trabalhos o personagem que faço pode mexer com a fantasia das pessoas.

Fora da TV você é admirada pela sua simpatia, beleza e humildade. Você concorda com seus admiradores?

Obrigada!! Só posso agradecer pelos elogios!

Foram essas qualidades que conquistaram Pedro Delfino? E que qualidades o Pedro tem que te conquistou?

Não tenho como falar por ele. O que posso afirmar é que nós tivemos um encontro de almas. É muito profundo o sentimento. A gente diz que agora estamos mais uma vez juntos depois de séculos! E a sensação é essa! Para o amor não há explicações, simplesmente é!

Que estilo o homem precisa ter para chamar sua atenção?

Não existe um estilo específico que eu goste mais. Gosto de ser surpreendida. Às vezes a aparência passa uma informação errada do interior da pessoa. Pro bem ou pro mal. É o interior, o conteúdo, o caráter que me fascina!

O que os homens ainda não sabem sobre as mulheres? E o que as mulheres deveriam aprender com os homens?

Os homens sabem muito das mulheres e vice-versa! Não há nada que não se tenha lido, visto, vivido! E também há muito que se aprender com os homens, e homens com as mulheres!! Mas ambos estão mal acostumados a apenas reclamar e se aborrecer! Entender e respeitar que somos sexos opostos, e que isso vai além de aspectos físicos e genéticos, já é uma forma de aprender com o outro e tornar a convivência muito melhor!!

























 















































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