UMA
INTRODUÇÃO À LIBERTINAGEM ATRAVÉS DOS SÉCULOS
Com
o sexo sendo mostrado de forma cada vez mais escancarada nas mais diversas
mídias, uma ou outra pessoa pode até desconfiar que somos hoje muito mais
sacanas e libertinos do que nossos antepassados.
Óbvio
que isso é uma inverdade, não sejam ingênuos. Vem de longe, muito longe, a
safadeza humana.
Gregos
e romanos que o digam!
Imagine
você que na Grécia, 2.500 anos atrás, famílias inteiras saíam às ruas erguendo
peças fálicas como se fossem imagens sagradas e cantando hinos recheados de
palavrões cabeludos. Homenagem a algum “deus” da fertilidade? Que nada! Safadeza
mesmo...
O
caso é que os prazeres da carne sempre estiveram na ordem do dia entre homens e
mulheres em todas as épocas. A Igreja bem que tentou botar ordem na suruba
castrando tarados, excomungando-os, mandando-os à fogueira. Segundo a fé
católica: entregar-se à libertinagem afasta o cristão da redenção espiritual. Okay,
mas e se isso rolar entre quatro paredes... quem é que vai saber?
Verdade
seja dita: embora vivamos cercados de putaria por todos os lados, ao contrário
da transparência erótica de gregos e romanos, tentamos desesperadamente
disfarçar a nossa queda pela devassidão. Somos puritanos de araque, isso sim, e
vivemos uma vida dupla, entre as delícias da alcova e a autoproclamada
castidade pública.
A
vida sexual cotidiana na Grécia Antiga era uma festa. Rolava de tudo, e em
qualquer lugar. Ninguém era de ninguém.
Na
Roma Antiga a coisa não era muito diferente. Até orgias em banhos públicos eram
permitidos.
Foi
no início da Idade Média, com o estabelecimento da malfadada Inquisição, que o
que era doce se acabou. Boccaccio até tentou burlar o cerco com “Decameron”, um
dos maiores livros de sacanagem de todos os tempos. Acabou escorraçado,
coitado!
Só
Século 15, já no Renascimento, o Catolicismo baixou a guarda, e a sacanagem foi
aos poucos voltando ao cotidiano das pessoas -- a essa altura já não mais
tementes a Deus como antes. E então, no Século 18, na França, surgiram os
primeiros libertinos. Eram artistas e intelectuais que defendiam enfaticamente
-- e com bom humor, já que ninguém é de ferro -- todas as liberdades sexuais
possíveis e imagináveis.
Desnecessário dizer que foi nessa época que apareceu o
Marquês de Sade com sua literatura pornô-filosófica, que ainda cativa corações,
mentes e genitálias nos dias de hoje.
O
surgimento das primeiras impressoras deu um impulso notável ao apetite constante
do ser humano pela sacanagem.
O surgimento da fotografia então, foi covardia. Foi
como se tivesse sido inventada para registrar imagens de sacanagem
em ação.
Na metade do século 19, com o barateamento da produção em série de
livros com fotos de modelos nuas, começou a surgir o mercado erótico.
Não muito
tempo depois, com a publicação dos primeiros livros ilustrados com imagens de
sexo explícito, nasceu oficialmente a pornografia como conhecemos hoje.
E
então, quando inventaram o cinema, e as imagens pornográficas dos livrinhos
viraram cenas animadas, a Humanidade finalmente sossegou: havia chegado onde
queria. Era o fim de uma longa e estranha viagem libidinosa. Hoje temos putaria
até em nossos celulares.
Em outras épocas: atores e atrizes pornô eram tratados
como cidadãos de segunda linha, e suas carreiras encerravam no momento em que o
público se cansava de tanto vê-los trepando. Nem sempre ganharam muito bem.
Hoje não é mais assim. O mercado pornô segmentou, e garante empregos tanto para garotas com 18 anos recém-completados quanto para jovens balzaquianas, veteranas na faixa de 30 a 45 anos (MILFs, sigla para Mothers I'd Like To Fuck) e até veteranas com mais de 50 anos de idade (GILFs, sigla para Grandmas i'd Like To Fuck).
As pornstars que conseguem administrar bem suas carreiras, acabam se dando bem no Mercado. Atrizes veteranas lindíssimas como a GILF Julia Ann, por exemplo, são hoje mulheres
ricas. Outras, como a MILF Kayden Kross, abandonaram suas carreiras em frente às câmeras para virarem produtoras e diretoras na Indústria do Entretenimento Adulto. Talvez retornem ao métier no futuro. Quem sabe?
A
pornografia está tão inserida em nosso cotidiano que nem precisamos mais nos
preocupar em escondê-la no armário do quarto embaixo dos edredons durante o
Verão.
Basta proteger os vídeos com uma senha no celular ou no laptop e... tudo
bem!
E quando quiser novidades do gênero, receba online oficialmente pelo seu
fornecedor favorito, ou então procure no BitTorrent.
Está tudo sempre à sua inteira
disposição.
Sem
contar que, com os avanços tecnológicos disponíveis hoje, muitos deixaram de
ser meros consumidores de pornografia para virar produtores caseiros de
pornografia, divulgando suas próprias imagens de fudelança pela Rede Mundial
dos Computadores, para o deleite de quem está meio cansado dos requintes
visuais dos filmes de sacanagem produzidos pela Indústria Pornô em Los Angeles,
Miami, Espanha, Itália e Leste Europeu.
E
assim, a sacanagem segue seu alegre caminho, rumo a um futuro cada vez mais
próspero. Que, de tão claro, exige cada vez mais que usemos óculos escuros, prá não dar bandeira.
Manuel Mann tem 59 anos.
É português de Lisboa.
Fez carreira na diplomacia,
mas como era espada achou melhor
largar tudo para virar publisher
da PENTHOUSE e da PLAYBOY portuguesas.
Hoje, é editor de textos de CACILDA!
juntamente sua velha comparsa Ju Cartwright, fotógrafa e editora de imagens.
Manuel tem sido um libertino muito aplicado
e um intelectual putanheiro exemplar
ao longo das últimas décadas.
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