Tuesday, October 15, 2019

DA ALVORADA DA SACANAGEM À GLORIOSA PUTARIA CONTEMPORÂNEA #2 (por Manuel Mann)


EPISÓDIO DE HOJE: A PORNOGRAFIA NA GRÉCIA ANTIGA


A palavra Pornografia é de origem grega.

Vem de “Pornographos”, que, originalmente, significava “Escritos sobre Prostituição”.

O termo apareceu pela primeira vez no livro “Diários de uma Cortesã”, em que o escritor grego Luciano narra histórias de prostitutas e orgias.

Com o tempo, a palavra ganhou outros significados.

Segundo a maioria dos Dicionários, Pornografia virou sinônimo de Indecência, Licenciosidade, Obscenidade, Libertinagem e Imoralidade.

Impressionante como a Raça Humana ficou careta e aborrecida da Grécia Antiga para os dias de hoje.


 Na Grécia Antiga, por volta de 2.500 anos atrás, Atenas foi a capital mundial da sacanagem.

Suas ruas eram enfeitadas com estátuas de corpos nus bem definidos e os habitantes da histórica cidade adoravam admirar representações de sexo e nudez.

Em casa, vasos e outros objetos de decoração eram adornados com cenas eróticas.

E festas (ou melhor: orgias) faziam parte do roteiro de fim de semana.

Ao que tudo indica, os gregos se divertiam – e muito!
  
  
Entre os helenos, a dedicação ao sexo era tanta que Aristófanes, em “Lisístrata”, ilustra com maestria essa tara do povo que inventou os Jogos Olímpicos e criou os conceitos de cidadania e democracia pelos prazeres mundanos.

No livro, a personagem principal convoca as atenienses à greve de sexo enquanto durar a Guerra do Peloponeso.

Aos berros, as insaciáveis mulheres de Atenas bradam palavras de ordem: “Não erguerei ao teto minhas sandálias persas” ou “Nenhum amante se aproximará de mim com ereção”.

Já subindo pelas paredes, os bravos guerreiros gregos logo encerram o conflito em nome de um retorno urgente das atividades sexuais de suas parceiras.
  
  
Alguns registros indicam que foram os gregos que também inventaram o “dildo”, também conhecido como consolo, imitação do pênis.

Acrescentam que a cidade de Mileto, terra natal do famoso Tales, considerado o primeiro filósofo grego, teria se transformado no maior centro produtor e exportador desse brinquedinho erótico.

Tudo conversa mole.

Há um exemplar de “dildo” que data de aproximadamente 4 mil anos e está exposto no Ancient Chinese Sex Culture Museum, próximo a Shangai, na China.

Outro, encontrado na Alemanha, conta 28 mil anos, tem 20 cm de comprimento por 3 cm de diâmetro e, segundo os cientistas, deve ter sido usado para fins sexuais na longínqua Idade do Gelo.

  
Hit número um em qualquer sex shop, o “dildo” usado por nossos ancestrais era feito de pedra, madeira ou couro acolchoado.

Na hora de usá-lo, untava-se essa rudimentar imitação do órgão sexual masculino com azeite de oliva – uma versão pré-histórica do gel lubrificante.


A liberdade sexual na Grécia Antiga também é notável no que se refere à homossexualidade.

Sócrates, o filósofo do “sei que nada sei”, era adepto do amor homossexual como a mais alta forma de inspiração para homens bem-pensantes, e achava que o sexo heterossexual servia apenas para a reprodução.

Acreditando que dois amantes, juntos, lutariam até a morte, o exército grego encorajava o alistamento de casais homossexuais.

Os homens mais bonitos eram escolhidos para o comando.
  
  
Como já dissemos, não foram os gregos que inventaram a pornografia, eles apenas a aperfeiçoaram, deram a ela dignidade cultural e se deleitaram com ela.

Como o impulso sexual é a força motriz da natureza humana, ela sobrevive bravamente desde então, sempre se adequando aos novos tempos e sempre se apresentando como válvula de escape para civilizações sufocadas por religiões monoteístas.

Felizmente, todas as religiões tem horror à pornografia, e, graças a elas, toda essa adorável putaria sobrevive indefinidamente.



Manuel Mann tem 59 anos.
É português de Lisboa.
Fez carreira na diplomacia,
mas como era espada achou melhor
largar tudo para virar publisher
da PENTHOUSE e da PLAYBOY portuguesas.
Hoje, é editor de textos de CACILDA!
juntamente sua velha comparsa Ju Cartwright, fotógrafa e editora de imagens.
Manuel tem sido um libertino muito aplicado
e um intelectual putanheiro exemplar
ao longo das últimas décadas.


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