Thursday, June 28, 2018

CALLING DOCTOR LOVE! #16 (com o renomado conselheiro sexual honoris causa ODORICO AZEITONA M.D.)



Caro Dr. Love,
Tenho 56 anos, dois filhos homens, um padrão social invejável e, em princípio, não deveria me faltar coisa alguma para ser uma mulher plena. Mas infelizmente, assim como Michael Jackson, dei o azar de contrair vitiligo, e por conta disso minha pele – que sempre foi morena -- ficou bem branquinha a partir dos vinte e poucos anos. Hoje, por conta disso, tenho que tomar inúmeros cuidados na hora de tomar sol, o que é bem desagradável. Três anos atrás, meu ex-marido – que (sei agora) me corneou a vida inteira com várias mulheres diferentes – resolveu me trocar por uma mulata gostosíssima com metade da minha idade e uma bunda duas vezes maior que a minha. Desde então, eu – que nunca fui chegada a brincadeiras sexuais com outras mulheres, nem mesmo nos tempos de escola – venho me relacionando sexualmente só com mulheres – sempre morenas ou mulatas – para tentar descobrir o que é que essas moças com altas taxas de melamina tem de tão especial que eu não tenho mais. Confesso que, até o presente momento, ainda não cheguei a conclusão alguma. Paralelo a isso, não tenho sentido mais vontade de me relacionar com homens nos últimos meses, apesar de também não me sentir exatamente satisfeita nas trocas de fluídos com outras mulheres. O que será que está acontecendo comigo, Dr. Love? Estaria eu virando sapa, ou apenas desenvolvendo ojeriza por homens depois do que aquele vagabundo me aprontou? (Branquinha, Ituiutaba MG)

Olha, Branquinha, aí é com você. Só você pode dizer se os lábios da sua bucetinha batem palmas mais intensas para pirocas ou para outras bucetinhas. Se quiser um conselho, dê para o primeiro homem por quem você sentir algum tesão, só para fazer um tira-teima. Depois dê para mais alguns outros homens só para confirmar se você ainda se interessa por pirocas ou se, daqui por diante, vai virar uma adepta em definitivo do amor entre iguais. Desculpe não poder ajudar mais do que isso. Só você e sua bucetinha podem responder a essa pergunta. Boas fudelanças e boa sorte.
  


Caro Dr. Love,
Sou encantada pelo mundo gay, e adoro frequentar baladas LGBT. Acho os gays cheirosos, bem vestidos, de bom gosto musical e divertidíssimos como companhia. Como tenho mais de 50 anos, os bofes-escândalo e os boys-magia que rodeiam essas bichas endinheiradas com quem saio por aí ficavam achando que eu sou tão endinheirada quanto eles e me cercavam para oferecer sexo frenético em troca de presentes e alguns trocados. Como sou uma reles funcionária pública, não tenho como bancar bofes escândalo e boys magia, e quando eles descobrem que não sou rica somem de uma hora para outra. O problema é que esses garotões devem ter trocado ideias entre eles a meu respeito e eu já devo estar na lista negra deles, pois ninguém mais se oferece para me comer nas baladas gay que eu tanto gosto. No desespero, passei a fazer uso de garotos de programa. Só que não é a mesma coisa. Falta emoção. Gosto de ser caçada. Estou pensando em limpar a caderneta de poupança da minha mãe, que está meio gagá, para poder voltar a ser visada por bofes-escândalo e boys-magia nas baladas gay que tanto gosto de frequentar. Faço isso, Dr. Love? (Márcia de Windsor, Osasco SP)

Olha, Márcia, se a sua mãe está gagá esse dinheiro não vai fazer a menor diferença para ela. Aproveite-o você. Ela que se dane. Mas não esbanje com esses seus gigolozinhos, pois dinheiro acaba rápido e facilmente. Boas fudelanças (com camisinha, sempre) e boa sorte.
  


Caro Dr. Love,
Durante todos os anos em que fui casada, sempre proibi meu marido Ivon de frequentar balcões de padaria. Ele poderia fazer o que quisesse ao lado dos amigos dele: frequentar bares, inferninhos, puteiros. Mas ficar pousado em balcões de padaria, enchendo a cara e mexendo com as mulheres que vão comprar pão, e filmando as bundas das funcionárias da casa... ah, isso não! Ele se ressentia muito disso, pois sempre frequentou balcões de padaria antes de casarmos. Bom: quatro anos atrás ele teve um infarto fulminante enquanto me comia e caiu duro em cima de mim. Morreu. E me deixou sozinha. Eu, que não aguentava mais de saudades dele, comecei a pousar nos balcões das padarias que ele frequentava quando era solteiro, e comecei a dar para todos os homens que faziam ponto nessas padarias achando que iria encontrar neles um pouco do que eu tanto gostava em Ivon. Mas ainda não dei sorte, e continuo muito infeliz. Gostaria de parar de dar para essa gente, pois eles são muito ruins de cama, Mas o caso é que eles infelizmente são tudo o que eu tenho em termos afetivos no momento. É desesperador. Como eu saio dessa, Dr. Love? (Julia Baker, Pirituba SP)

Olha, Julia, eu acho que você precisa mesmo é de um bom psicanalista que ajude você a reiniciar sua vida sem seu marido. O resto é tudo bobagem. Tenta dar para alguém de fora dessas padarias. Alguém que coma você com gosto, e que consiga despertar algo que nem seu marido era capaz de despertar. Acho que sua reentrée no mundo dos vivos começa apor aí. Boas fudelanças e boa sorte.


Doctor Love atende nas horas vagas
pelo nome Odorico Azeitona.
Possuí vários livros não-publicados
sobre manifestações sexuais ocorridas
ao longo da História da Humanidade
e sobre como o sexo é praticado
nos quatro cantos do nosso planeta.
Não atende em consultório algum.
Só aqui mesmo. E chega.

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