Tuesday, June 12, 2018

NO WEB-ESCONDERIJO DA SEMANA, CONHEÇA AS QUATRO EDIÇÕES DIGITALIZADAS DA ICÔNICA REVISTA EROS

por Manuel Mann

Em 1962, Ralph Ginzburg (28 de Outubro de 1929 – 6 de Julho de 2006) deu início à publicação de seu primeiro grande trabalho, EROS, uma revista trimestral com capa dura periódico contendo artigos e fotos-ensaios sobre amor e sexo – algo inédito na história editorial americana até então. Herb Lubalin foi o diretor de arte do projeto, batizado a partir do Deus Grego do Amor.

Encadernada em papelão no formato 13 "x 10", com cerca de 90 páginas, teve apenas quatro edições publicadas. Nas palavras de Ginzburg, “Eros só conseguiu ver a luz do dia graças a decisões judiciais que interpretaram realisticamente a lei da obscenidade da América, proporcionando aos leitores um novo sopro de liberdade de expressão". Ginzburg dedicou a revista às "alegrias do amor e do sexo", combinando entretenimento com subtextos mais sofisticados e críticos, e oferecendo uma ampla cobertura da sexualidade na história, política, arte e literatura e distribuindo mensagens de ativismo social como a libertação da repressão excessiva da época, a democratização da arte, a igualdade racial e os manifestos anti-guerra.

Eros teve vida curta, mas foi uma publicação importantíssima, pois não só cobriu e ajudou a incitar a revolução sexual, como também contribuiu para a formação da contracultura no final dos anos 1960.

Trazia contos de Ray Bradbury e Guy de Maupassant, além de Eric Partridge e seu “Dicionário Vulgar” e poemas eróticos de John Ardali, 2o Conde de Rochester.

EDIÇÃO #2 (Verão 1962)
Trazia ensaios fotográficos sobre John F Kennedy, prostitutas francesas e estátuas eróticas na Índia, além do conto erótico de Mark Twain "1601" e uma curiosa patente antiga de um cinto de castidade masculino.

EDIÇÃO #3 (Outono 1962)
Esta edição foi centrada em uma sessão fotográfica de 18 páginas da recém falecida Marilyn Monroe (as fotos foram tiradas por Bert Stern seis semanas antes de sua morte), mas trazia também uma peça de Bonnie Prudden, um extrato do clássico do erotismo inglês “Fanny Hill” (até então inédito dos EUA) e um artigo sobre Samuel Roth.

EDIÇÃO #4 (Inverno 1962)

Esta edição publicou uma carta de Allen Ginsberg, um perfil de Frank Harris, e um poema fotográfico de oito páginas intitulado "Preto e Branco em Cores", protagonizado por um negro e uma branca nus. Alegaram que a revista foi perseguida por motivos racistas, no embalo da onda de violência racial deflagrada no sul dos Estados Unidos, e que não teria havido tal perseguição se as fotos tinham apresentado um par da mesma cor.

LEIA AS 4 EDIÇÕES DE EROS



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