A
revista Oz foi fundada em Sydney em 1963 pelo time de editores associados
Richard Neville, Richard Walsh e Martin Sharp, com o intuito de cutucar o
conservadorismo australiano com matérias sobre homossexualismo, aborto, brutalidade
policial e desigualdades em geral – sem esquecer jamais de cutucar a Política
Australiana e a Guerra do Vietnam.
Desnecessário dizer que foram combatidos de
forma feroz pelos conservadores de plantão, que não sossegaram enquanto não enquadraram
por obscenidade cada edição que saía da revista, o que pouco inviabilizou a sua
manutenção e a sua continuidade. Mesmo assim, a revista resistiu bravamente em
sua base australiana até Dezembro de 1969, quando encerrou atividades.
Mas
OZ não morreu. Na verdade, OZ já estava flertando há muitos anos com a
possibilidade de mudar sua base para Londres. Isso aconteceu em 1967, e quem
montou a edição londrina foi o escritor e editor Jim Anderson, que se associou
a Sharp e Neville na empreitada – que, por sua vez, ainda chamaram o designer
britânico Jon Goodchild para ajudar a repaginar a revista para o público da Swinging
London.
Foi a partir do advento da fase londrina de OZ que Sharp começou a se estabelecer como um dos principais artistas da era
psicodélica, projetando capas e pôsteres para Jimi Hendrix, Cream e Bob Dylan. Hoje, seu estilo é considerado um clássico das artes gráficas daquele período, e foi copiado incansavelmente por ilustradores e desenhistas em publicações pelo mundo afora.
Em 1970, Neville e Anderson
foram acusados de obscenidade e de conspirar para “debochar e corromper a moral
das crianças jovens” depois de convidarem um grupo de estudantes do ensino
médio para o escrever e editar uma edição inteira da revista. Mesmo sob
constante fogo cruzado das autoridades britânicas, OZ conseguiu sobreviver
bravamente em Londres até Novembro de 1973.
Olhando em retrospecto, se somarmos os 11 anos de vida da
revista em suas fases australiana e inglesa, chegaremos à conclusão de que, mesmo
aos trancos e barrancos financeiros e jurídicos, OZ foi um projeto vitorioso,
que sempre se garantiu com poucos anunciantes e muitas assinaturas de leitores
fiéis.
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DA REVISTA AUSTRALIANA OZ EM PDF
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