Caro Dr. Love,
Tenho
20 anos, sou bissexual, e estou mantendo um romance com minha amiga e seu
namorado chileno. Ela não é bissexual como eu, mas me convidou para fazer parte
deste triângulo porque acha que com isso o sexo com seu namorado fica mais
quente. Eu topei, mas com um pé atrás. Semana passada eu acabei indo para a
cama só com ele, e ela ficou enciumadíssima. Me disse mais tarde,
reservadamente, que não quer ser possessiva, mas infelizmente não consegue
controlar essa insegurança em relação a ele e a mim, e pediu que eu só
transasse com ele quando ela estiver presente. E eu estou começando a me sentir
muito mal nessa história, pois sinto-me cada vez mais uma coadjuvante nessa
relação -- e eu gostaria muito que ela funcionasse de forma plena. Me diz o que
é que eu faço, Dr. Love? (Grelinho Caiçara, Ilhabela SP)
Caramba,
Grelinho Caiçara,
Essa
tua amiga é uma tirana sexual. Relações assim tem que rolar mais frouxas, caso
contrário tudo vira um inferno. Um threesome, para funcionar, não pode seguir
regras rígidas. Fala pra tua amiga deixar de posar de Madre Superiora às
avessas, relaxar e gozar, pois o namorado dela não vai largá-la por você -- a
não ser, claro, que ela se transforme numa chata cagadora de regras. Mas antes
de falar qualquer coisa com ela sobre esse assunto, tente sentir se ela está
realmente disposta a deixar você fazer parte efetivamente dessa relação. Se ela
não estiver disposta a isso, e só quiser você apenas como uma "side
attraction" na relação deles dois, e nada além disso, nem perca seu tempo
tentando conversar com ela sobre o assunto e caia fora o quanto antes para não
se machucar, porque a chance disso ser uma roubada é altíssima. Threesomes
exigem muito desprendimento. Gente possessiva não foi feita para participar de
relações que não obedeçam padrões tradicionais. Há quem diga que Deus inventou
a monogamia justamente para ambientar pessoas chatas e rotineiras neste planeta
cheio de prazeres e atrativos. Mas não mediu as consequências direito do que
fez e deu na merda que deu. No final, para não ter que assumir a cagada que
cometeu, Deus escalou o coitado do Moisés para levar a culpa, coitado...
Caro Dr. Love,
Tenho
29 anos de idade, sou gay e curto práticas sadomasoquistas meio barra pesada.
Por conta dessas minhas preferências, nunca tive envolvimento romântico de
espécie alguma com meus parceiros. Mas, de uns tempos para cá, tenho me sentido
muito só e gostaria de ter um namorado, só que nem sei por onde começar. Me
ajude, Dr. Love: onde e como eu vou conseguir encontrar uma alma gêmea que também esteja
disposta a conciliar romantismo com dor? (Juvenor Kross, São Vicente SP)
Juvenor,
acredite, você tem sorte em ser gay.
É
que a maioria dos sites de encontros para héteros não se interessa por esse
público ligado em bondage. Já os sites de encontros para gays não só são bem
receptivos a sadomasoquistas como costumam ser parcialmente bancados por
propaganda de lojas especializadas em gadgets e equipamentos específicos para
aqueles que gostam de sentir dor durante o sexo. Tem até academias de ginástica
e nightclubs voltados para esse segmento de público. Dê uma boa olhada nos
classificados desses sites e veja se sua alma gêmea não está por lá, esperando
por você. Caso não esteja, encaminhe você mesmo um anúncio descrevendo o perfil
do parceiro que você está procurando, e boa sorte! Estou aqui torcendo por
você.
Caro Dr. Love,
Sou
uma mulher bastante atraente de 42 anos de idade e sou voyeur. Mas não do tipo
voyeur clássico, que gosta de ficar escondida enquanto assiste gente fudendo.
Não, eu gosto de estar diante do casal que está fudendo e, se possível, de que
o homem olhe bem nos meus olhos enquanto está em ação. Tive alguns namorados
que se dispuseram a fazer esse jogo com outras mulheres na minha frente. Mas
eles faziam só para me agradar, não havia convicção no que estavam fazendo.
Depois de algum tempo, eles cansavam e me deixavam. Foi quando desisti de
tentar com homens e arrumei uma namorada que se dispôs a fuder com alguns bofes
que eu contrato a peso de ouro. No começo foi legal, mas aos poucos foi
perdendo a graça. É que eu não sou bissexual, não adianta. E, para piorar a
situação, ela, coitada, se apaixonou por mim e está viciada nessa brincadeira
porque quer me agradar a qualquer custo. Como eu saio dessa encrenca, Dr. Love? E onde eu encontro um homem que me ame e que tope fazer esse número com outras
mulheres para despertar o tesão que eu tanto necessito para ser feliz? (Peeping
Tonia, Alphaville SP)
Entenda
uma coisa, querida Peeping Tonia:
a
raça humana morreria rapidamente se as pessoas descobrirem o que as faz felizes
sexualmente, e então, depois de uma ou duas experiências não muito bem
sucedidas, desistissem de correr atrás de seus parceiros ideais. Vá à luta,
mulher! Coloque anúncios classificados em sites especializados, que qualquer
hora dessas seu parceiro ideal aparece. E enquanto isso não acontece, aproveite
para desfrutar da boa vontade dessa moça tão dadivosa que está se entregando
sexualmente a vários bofes só para ver você sentindo prazer. E mesmo não se
sentindo bissexual, pratique o bissexualismo. Vai fazer bem para você, querida.
Lembre-se da máxima de Woody Allen, que dizia: "A vantagem de ser
bissexual é que isso dobra as chances de ter com quem sair num sábado à
noite"
Doctor Love atende nas horas vagas
pelo nome Odorico Azeitona.
Possuí vários livros não-publicados
sobre manifestações sexuais ocorridas
ao longo da História da Humanidade
e sobre como o sexo é praticado
nos quatro cantos do nosso planeta.
Não atende em consultório algum.
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