Wednesday, May 2, 2018

CALLING DOCTOR LOVE! #11 (com o renomado conselheiro sexual honoris causa ODORICO AZEITONA M.D.)



Caro Dr. Love,
Tenho 20 anos, sou bissexual, e estou mantendo um romance com minha amiga e seu namorado chileno. Ela não é bissexual como eu, mas me convidou para fazer parte deste triângulo porque acha que com isso o sexo com seu namorado fica mais quente. Eu topei, mas com um pé atrás. Semana passada eu acabei indo para a cama só com ele, e ela ficou enciumadíssima. Me disse mais tarde, reservadamente, que não quer ser possessiva, mas infelizmente não consegue controlar essa insegurança em relação a ele e a mim, e pediu que eu só transasse com ele quando ela estiver presente. E eu estou começando a me sentir muito mal nessa história, pois sinto-me cada vez mais uma coadjuvante nessa relação -- e eu gostaria muito que ela funcionasse de forma plena. Me diz o que é que eu faço, Dr. Love? (Grelinho Caiçara, Ilhabela SP) 



Caramba, Grelinho Caiçara,
Essa tua amiga é uma tirana sexual. Relações assim tem que rolar mais frouxas, caso contrário tudo vira um inferno. Um threesome, para funcionar, não pode seguir regras rígidas. Fala pra tua amiga deixar de posar de Madre Superiora às avessas, relaxar e gozar, pois o namorado dela não vai largá-la por você -- a não ser, claro, que ela se transforme numa chata cagadora de regras. Mas antes de falar qualquer coisa com ela sobre esse assunto, tente sentir se ela está realmente disposta a deixar você fazer parte efetivamente dessa relação. Se ela não estiver disposta a isso, e só quiser você apenas como uma "side attraction" na relação deles dois, e nada além disso, nem perca seu tempo tentando conversar com ela sobre o assunto e caia fora o quanto antes para não se machucar, porque a chance disso ser uma roubada é altíssima. Threesomes exigem muito desprendimento. Gente possessiva não foi feita para participar de relações que não obedeçam padrões tradicionais. Há quem diga que Deus inventou a monogamia justamente para ambientar pessoas chatas e rotineiras neste planeta cheio de prazeres e atrativos. Mas não mediu as consequências direito do que fez e deu na merda que deu. No final, para não ter que assumir a cagada que cometeu, Deus escalou o coitado do Moisés para levar a culpa, coitado...
  


Caro Dr. Love,
Tenho 29 anos de idade, sou gay e curto práticas sadomasoquistas meio barra pesada. Por conta dessas minhas preferências, nunca tive envolvimento romântico de espécie alguma com meus parceiros. Mas, de uns tempos para cá, tenho me sentido muito só e gostaria de ter um namorado, só que nem sei por onde começar. Me ajude, Dr. Love: onde e como eu vou conseguir encontrar uma alma gêmea que também esteja disposta a conciliar romantismo com dor? (Juvenor Kross, São Vicente SP)


Juvenor, acredite, você tem sorte em ser gay.
É que a maioria dos sites de encontros para héteros não se interessa por esse público ligado em bondage. Já os sites de encontros para gays não só são bem receptivos a sadomasoquistas como costumam ser parcialmente bancados por propaganda de lojas especializadas em gadgets e equipamentos específicos para aqueles que gostam de sentir dor durante o sexo. Tem até academias de ginástica e nightclubs voltados para esse segmento de público. Dê uma boa olhada nos classificados desses sites e veja se sua alma gêmea não está por lá, esperando por você. Caso não esteja, encaminhe você mesmo um anúncio descrevendo o perfil do parceiro que você está procurando, e boa sorte! Estou aqui torcendo por você.
  

Caro Dr. Love,
Sou uma mulher bastante atraente de 42 anos de idade e sou voyeur. Mas não do tipo voyeur clássico, que gosta de ficar escondida enquanto assiste gente fudendo. Não, eu gosto de estar diante do casal que está fudendo e, se possível, de que o homem olhe bem nos meus olhos enquanto está em ação. Tive alguns namorados que se dispuseram a fazer esse jogo com outras mulheres na minha frente. Mas eles faziam só para me agradar, não havia convicção no que estavam fazendo. Depois de algum tempo, eles cansavam e me deixavam. Foi quando desisti de tentar com homens e arrumei uma namorada que se dispôs a fuder com alguns bofes que eu contrato a peso de ouro. No começo foi legal, mas aos poucos foi perdendo a graça. É que eu não sou bissexual, não adianta. E, para piorar a situação, ela, coitada, se apaixonou por mim e está viciada nessa brincadeira porque quer me agradar a qualquer custo. Como eu saio dessa encrenca, Dr. Love? E onde eu encontro um homem que me ame e que tope fazer esse número com outras mulheres para despertar o tesão que eu tanto necessito para ser feliz? (Peeping Tonia, Alphaville SP)


Entenda uma coisa, querida Peeping Tonia:
a raça humana morreria rapidamente se as pessoas descobrirem o que as faz felizes sexualmente, e então, depois de uma ou duas experiências não muito bem sucedidas, desistissem de correr atrás de seus parceiros ideais. Vá à luta, mulher! Coloque anúncios classificados em sites especializados, que qualquer hora dessas seu parceiro ideal aparece. E enquanto isso não acontece, aproveite para desfrutar da boa vontade dessa moça tão dadivosa que está se entregando sexualmente a vários bofes só para ver você sentindo prazer. E mesmo não se sentindo bissexual, pratique o bissexualismo. Vai fazer bem para você, querida. Lembre-se da máxima de Woody Allen, que dizia: "A vantagem de ser bissexual é que isso dobra as chances de ter com quem sair num sábado à noite"




Doctor Love atende nas horas vagas
pelo nome Odorico Azeitona.
Possuí vários livros não-publicados
sobre manifestações sexuais ocorridas
ao longo da História da Humanidade
e sobre como o sexo é praticado
nos quatro cantos do nosso planeta.
Não atende em consultório algum.
Só aqui mesmo. E chega.

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