por Manuel Mann
Em
1962, Ralph Ginzburg (28 de Outubro de 1929 – 6 de Julho de 2006) deu início à
publicação de seu primeiro grande trabalho, EROS, uma revista trimestral com
capa dura periódico contendo artigos e fotos-ensaios sobre amor e sexo – algo inédito
na história editorial americana até então. Herb Lubalin foi o diretor de arte do
projeto, batizado a partir do Deus Grego do Amor.
Encadernada
em papelão no formato 13 "x 10", com cerca de 90 páginas, teve apenas
quatro edições publicadas. Nas palavras de Ginzburg, “Eros só conseguiu ver a
luz do dia graças a decisões judiciais que interpretaram realisticamente a lei
da obscenidade da América, proporcionando aos leitores um novo sopro de
liberdade de expressão". Ginzburg dedicou a revista às "alegrias do
amor e do sexo", combinando entretenimento com subtextos mais sofisticados
e críticos, e oferecendo uma ampla cobertura da sexualidade na história,
política, arte e literatura e distribuindo mensagens de ativismo social como a
libertação da repressão excessiva da época, a democratização da arte, a igualdade
racial e os manifestos anti-guerra.
Eros
teve vida curta, mas foi uma publicação importantíssima, pois não só cobriu e
ajudou a incitar a revolução sexual, como também contribuiu para a formação da
contracultura no final dos anos 1960.
Trazia
contos de Ray Bradbury e Guy de Maupassant, além de Eric Partridge e seu “Dicionário
Vulgar” e poemas eróticos de John Ardali, 2o Conde de Rochester.
EDIÇÃO
#2 (Verão 1962)
Trazia
ensaios fotográficos sobre John F Kennedy, prostitutas francesas e estátuas
eróticas na Índia, além do conto erótico de Mark Twain "1601" e uma curiosa
patente antiga de um cinto de castidade masculino.
EDIÇÃO
#3 (Outono 1962)
Esta
edição foi centrada em uma sessão fotográfica de 18 páginas da recém falecida
Marilyn Monroe (as fotos foram tiradas por Bert Stern seis semanas antes de sua
morte), mas trazia também uma peça de Bonnie Prudden, um extrato do clássico do
erotismo inglês “Fanny Hill” (até então inédito dos EUA) e um artigo sobre
Samuel Roth.
EDIÇÃO
#4 (Inverno 1962)
Esta
edição publicou uma carta de Allen Ginsberg, um perfil de Frank Harris, e um
poema fotográfico de oito páginas intitulado "Preto e Branco em Cores",
protagonizado por um negro e uma branca nus. Alegaram que a revista foi
perseguida por motivos racistas, no embalo da onda de violência racial deflagrada
no sul dos Estados Unidos, e que não teria havido tal perseguição se as fotos
tinham apresentado um par da mesma cor.
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