Tuesday, November 6, 2018

DOCE TORTURA (uma leitura de banheiro de Manuel Mann)



Havia algum tempo que ele tivera esta ideia de ver o seu peito lisinho, livre de pêlos. Queria fazer uma surpresa à esposa. Já tinham falado sobre isso algumas vezes e ele também desejava que ela pudesse percorrer-lhe o peito e a barriga com a língua.


Toca o telefone na recepção da clínica. A recepcionista não está, por isso ela atende.

"Carpe Corporem, boa tarde, em que posso ser útil?"

Do outro lado, um homem diz que esteve a ver o site da clínica e gostava de marcar uma sessão de depilação. Esta clínica atende pessoas de ambos os sexos por esteticistas credenciados de ambos os sexos.

Seguem-se as perguntas banais que ela sabe de cor e faz com toda a simpatia e profissionalismo, sempre com um sorriso nos lábios, mesmo sabendo que a pessoa do outro lado da linha não vê, sabe que isso se nota na voz.

Marcou a sessão na sua agenda, no dia seguinte teria uma hora disponível para fazer depilação no peito do senhor.

- Está marcado, Sr. Alberto Correia. Amanhã quando chegar, pergunte pela Carla.

Alberto gostou da eficiência do atendimento, da voz que sorria. A esposa faria anos no dia seguinte e a depilação era parte do seu presente.

Cinco minutos antes da hora marcada, Alberto entra na clínica. O ambiente é calmo e acolhedor. Um cheiro suave paira no ar e ouve-se baixinho uma música relaxante. A recepcionista pede-lhe para esperar numa cadeira confortável.

Ele não é lindo de morrer, mas tem imenso charme, um olhar intenso que cativa. Apesar da camisola e das calças de ganga despretensiosas, mantém uma postura formal enquanto folheia o semanário que trouxe consigo.

Pouco depois aparece Carla. Tem certamente menos uma década que ele, um sorriso sempre pronto. Cabelo brilhante, pele clara, ligeiramente maquilhada. Apresenta-se na sua bata branca e fá-lo dirigir-se ao gabinete.

É um espaço simpático. Tem uma secretária de atendimento e uma "marquesa de tortura". Ela diverte-se a chamar-lhe assim na brincadeira, mas já percebeu que alguns clientes levam a piada demasiado a sério.

Ele despe a camisola e senta-se sobre a marquesa, permitindo-lhe que avalie o estado da sua pele e qual a melhor cera a aplicar. Decide-se por cera de chocolate.

A maioria dos clientes da clínica é do sexo feminino. Também tem alguns clientes regulares masculinos, geralmente são desportistas. Muito raramente aparecem homens como aquele que decidem fazer alguma coisa de diferente para mudar o seu aspecto. Mas a pouco e pouco, os homens começam a preocupar-se mais com a sua imagem, principalmente com a chegada do tempo bom para a praia.

Carla começa pelas zonas menos sensíveis e avisa que vai doer. Os homens têm geralmente muito menos tolerância à dor que as mulheres, por isso ela vai com calma.

Barra-o com uma pasta castanha cremosa com cheiro a cacau. A pasta solidifica e adquire uma consistência plástica passados uns segundos. Ela testa a consistência e puxa de repente, sem dó nem piedade. Ele dá um pulo e ela dá-lhe umas palmadinhas para anestesiar a pele. Deixa-o recompor-se um pouco.

- Bem, eu disse-lhe que ia doer, mas veja, nem um pelinho! - diz ela enquanto ele passa a mão pela pele recém depilada. Parece realmente outra pele. Está quente e vermelha, com os poros irritados. Mas ela diz-lhe que isso já passa, que no final aplica-lhe um creme calmante que o vai deixar tão suave com o rabinho de um bebé e ele aceita continuar a tortura.

A parte da barriga dói mais, ele começa a ponderar não fazer quando chega ao estômago. Ela convence-o dizendo que assim a esposa muito mais facilmente conseguirá rodear-lhe o umbigo e passear a língua pelo baixo-ventre. É um mundo de novas sensações que se pode abrir.

Vai tentando manter uma conversa com ele. Alberto não fala muito sobre a sua vida pessoal a Carla. Aos poucos, ela apercebe-se que ele trabalha numa multinacional, faz consultoria técnica e dá formação a colaboradores. Apercebe-se também que é casado há 4 anos, tem uma vida sexual saudável e não tem filhos.

Ela sugere depois a depilação das axilas, que é só mais um pouco, que é rápido, não dói nada.

- Nunca foi beijado nas axilas? Nunca lhe passaram a língua por esses lados? Não sabe o que perde, devia experimentar! - Diz ela piscando o olho.

A parte de não doer nada era mentira, mas realmente foi rápido.

Ela aplica-lhe ainda o derradeiro processo de tortura que é passar toda a pele a pente fino com uma pinça. Em alguns sítios faz cócegas, o que torna o processo difícil de realizar, mas ela lá consegue.

Ao contrário do que é costume, Carla fala da sua vida a Alberto. Fez o primeiro ano de psicologia. As saídas profissionais estavam difíceis e ela queria começar a ganhar dinheiro rapidamente para sair de casa dos pais e ir viver com o namorado. Decidiu-se por uma profissão mais técnica e fez um curso de formação de esteticista. Passados três anos de prática, anseia por mais. O trabalho é agradável, mas muito repetitivo. Por vezes já não pode ver mais pêlos à frente.

Por fim, acalma-lhe a pele com o prometido creme, tocando-lhe sem luvas no torso torturado. As mãos dela são pequenas e suaves, com gestos precisos. Massajam-lhe a pele sedenta de paz até o creme ser completamente absorvido. Repete o mesmo processo nas axilas. Alberto fecha os olhos e deixa-se levar pelo toque, pelo som calmo da música, pelo aroma suave da sala. E sabe bem aquela experiência. O prazer da massagem é intensificado pela dor da depilação e o resultado agrada-lhe.

- Para a próxima, tem de experimentar depilar os genitais. – diz ela com um sorriso nos lábios, em jeito de provocação.


E não é que ele acedeu à sugestão? Para surpresa de Carla, duas semanas depois, recebe uma marcação de Alberto. O seu torso continua sem pêlos. Ele revela que a esposa adorou a surpresa e ele gostou muito da forma como ela o demonstrou. Tem sentido de humor, este Alberto. Dá umas gargalhadas engraçadas. Desta vez voltou com ideias de fazer depilação nos genitais, mas tinha algumas dúvidas, queria experimentar, mas não se sentia muito à vontade com isso. Ela esclareceu-lhe as dúvidas, deixou-o completamente à vontade, disse que tinham pessoas formadas, de ambos os sexos.


Ele perguntou se poderia ser ela a fazê-lo, ao que ela respondeu afirmativamente. E ele acabou por aceitar.

A experiência que ela tinha na depilação do sexo masculino era ainda pouca, decorrente do estágio que tinha feito no instituto e dois ou três clientes. Mas sempre tinha corrido bem, com o maior dos profissionalismos. Este caso não seria diferente.

Carla gosta de falar com os clientes. Tem clientes fiéis que lhe contam a vida toda. As suas preocupações, as suas alegrias, os seus pecados... Ela ouve. Ela sabe ouvir e sabe que pode tirar partido disso. Retomou os estudos de psicologia e fala sobre isso com o seu cliente, enquanto prepara a cera. É uma cera cor-de-rosa, morna. Ela higieniza a pele com um tónico, põe pó de talco, barra cuidadosamente a parte de cima do escroto, enquanto pede para ele segurar o pénis. Ele começa a sentir o pénis crescer-lhe na mão, num misto surpresa e pavor. Ela tranquiliza-o, diz que é normal, que assim que ela começar a "tortura", ele volta a acalmar. E é verdade. Ela estica-lhe a pele, aplica a cera e quando puxa, parece que estão a esfolá-lo vivo. Ele dá um grito de dor agudo e as lágrimas vêm-lhe aos olhos.

Ela tem qualquer coisa de sado-maso. Sabe que a dor intensifica o prazer. Goza com as expressões que produz nos seus clientes, fá-lo para dentro, pois por fora mantém a sua postura profissional. Sabe o prazer que uma depilação bem feita oferece a quem a faz e a quem pode gozar dessa maciez, da carne tenra que desliza e fica mais sensível ao toque.

Usa gelo para acalmar a pele sensibilizada, e espera o tempo que for preciso até ele estar preparado antes de aplicar outra camada de cera ao lado. Ele tem um pénis bonito, quase tão bonito como do seu companheiro, repara ela. "A mulher dele tem sorte, se o souber desfrutar bem, deve ser maravilhoso", pensa ela, e começa a sentir-se corar. Ela pede desculpa pelo calor que está na sala, o ar condicionado avariou-se e apenas uma ventoinha arrefece o ambiente. Ele repara no corpo dela. Que má altura para reparar nisso. Ela é pequena, tem curvas interessantes. Veste apenas uma bata branca de manga à cava traçada à frente. Quando ela se inclina sobre ele, consegue ver-lhe os seios a quererem saltar fora do soutien e isso causa-lhe outra erecção. A parte mais difícil já está, ela pergunta-lhe se ele quer fazer as virilhas e as nádegas. Ele assusta-se um pouco com a ideia. Mais uma vez, ela fala-lhe das vantagens. Ele começa a imaginar a língua da sua mulher a passear-se pelos seus recantos mais escondidos e a ideia agrada-lhe. Ela diz-lhe que o que custa mais já está e ele acede. Mas não é fácil suportar a dor. Ele grita e ela vai dando palmadinhas na pele, passando gelo e creme hidratante de chocolate nas partes mais sensíveis.

Começa a surgir entre eles uma grande intimidade, devido àquela exposição dele, devido às palavras que vão sendo ditas por ela que expõem os seus pensamentos, a sua maneira de ser. Ela tenta falar de assuntos agradáveis, tenta desviar-lhe a atenção para coisas boas.

- Então e a sua esposa, faz depilação nos genitais? – Pergunta ela. Ele diz que sim, mas nunca lhe perguntou onde ou como. Ela encara a resposta como uma forma de evitar o assunto. Se calhar não quer que a mulher conheça quem lhe conhece tão bem o corpo. Ele imagina um homem a depilar a sua mulher e não acha piada, prefere mesmo não saber quem o faz. Ela imagina encontrar-se com a esposa dele. Começa a pensar que gostava de a conhecer, gostava de a depilar. Gostava de a ouvir gritar. Não só de dor como também de prazer. Gostava de poder observar como se comportariam os dois, quando fossem descobrir o corpo dele depilado. E estes pensamentos fazem-na humedecer. Nunca tinha tido este tipo de pensamentos com mais nenhum cliente. Os seus clientes eram quase todos jovens, atléticos, com corpos bonitos, musculados. No entanto, era um sujeito absolutamente comum que a excitava. Talvez fosse porque apesar de toda aquela exposição física, ele continuava a ser um mistério para ela. Não se expunha mais do que o necessário, não falava sobre a sua vida como os outros, sugeria apenas e isso deixava-lhe espaço para imaginar. Talvez fosse por isso.

- Bem, agora só faltava mesmo depilar as pernas. – Diz ela. Ele faz um ar de susto que a enternece.

- Enquanto não me vir sem pêlo nenhum não descansa, não é? – Diz ele já com um sorriso.

- Não, cabelo, sobrancelhas e pestanas gosto de ver e fazem falta! – Remata ela. - Também podemos deixar para outro dia, mas logo quando chegar ao pé da sua esposa com as pernas por depilar, vai parecer que não fiz o meu trabalho como deve ser.

- A minha mulher não está cá esta semana, por isso vou aproveitar para fazer isto com calma, por hoje chega.

Alberto vai para casa e não deixa de apreciar no duche a sua pele ainda dorida, mas completamente lisa e macia. O gel escorrega, faz menos espuma, mas sabe bem nas mãos. Ele acaricia as virilhas, o escroto depilado, as nádegas e pensa na sua mulher, no gozo que foi sentir o toque dela, a língua e os dentes no seu peito, as espirais de prazer de volta do seu umbigo, sensações que nunca tinha tido daquela forma. Pensa também na rapariga da clínica, no seu belo par de seios, como gostava de os sentir em redor do seu mastro… as duas a beijarem-se e a beijarem o seu sexo com avidez, a lamberem-lhe o escroto macio… até se vir numa sucessão de espasmos. O sémen mistura-se com a espuma do gel duche e ele acorda do sonho.


Quando chega a casa, Carla fala ao companheiro sobre a depilação que fez e telefona a marcar a depilação das pernas. Carla fica contente quando o vê, gosta da ideia dele se tornar um cliente habitual.


Para quem já depilou o corpo todo, as pernas não custam nada. Conseguem assim ter uma conversa muito agradável e descontraída. "ele tem umas pernas bem feitas, quase tão bem feitas como as do meu homem", pensa ela. Falam sobre massagens. Ela tem formação em shiatsu. Ele revela-lhe o desejo de aprender a fazer massagens… sensuais. Ela acha piada ao tipo de linguagem que ele usa, sempre muito correcto, algo envergonhado. Sugere-lhe um centro onde pode aprender algumas técnicas.

Ele agradece todo o trabalho e todas as horas passadas a trabalhar nele e despede-se com dois beijinhos, permitindo a ambos aspirarem um pouco o perfume que se desprende dos seus corpos, o que lhes provoca algum desconcerto.

Ela sente-se bem por gostarem do seu trabalho, sente-se ainda melhor por ser ele a dizê-lo.

Algo está a mudar nela. Começa a achar-se mais bonita. Nada mudou fisicamente, mas a forma como ela se vê é completamente diferente. O seu apetite sexual é devorador, o companheiro até estranha, mas gosta. Ela dedica-se a satisfazê-lo com um fogo nunca visto e tem mais prazer que nunca. Começa a ansiar pelo regresso daquele homem que, sem saber, despertou o instinto sexual dela.

Alberto volta algum tempo depois à clínica. Diz que a esposa adorou e ele também, mas que não se quer submeter todos os meses àquela tortura. Vem com a ideia de fazer depilação definitiva nos genitais, e enfraquecer um pouco os pêlos no resto do corpo.

Na consulta, ele pergunta-lhe se ela alguma vez fez aquele tipo de depilação.

- Sim, tenho habilitações para o fazer – diz ela.

- Pergunto se a fez pessoalmente... se recomenda...

- Em mim? - Sentiu-se corar. Os olhos dele olhavam dentro dos seus e aquela conversa estava a perturbá-la.

- Sim. Fica impecável e nunca mais dá trabalho nenhum… Quer ver?

Não pensou. As palavras saíram-lhe da boca como se tivessem sido proferidas por outra pessoa e agora estava num impasse. O que iria ele pensar? O tempo que ele levou a reagir pareceu uma eternidade.

Estava completamente siderado com a possibilidade que se tinha permitido imaginar, mas que poderia agora concretizar-se. Respondeu com um aceno lento afirmativo, mais com os olhos que com a cabeça. Não queria acreditar naquela cena surreal.

Há pessoas que conseguem o que querem sem ter de o pedir. Puro charme. Seria ele capaz?


Ela levanta-se, e com toda a calma faz as calças e as cuecas deslizarem para baixo dos joelhos. Senta-se no rebordo da cadeira e abre as pernas.

Ele levanta-se e debruça-se sobre a secretária. Parece um miúdo a observar o sexo oposto pela primeira vez. Mas a verdade é que tem uma visão magnífica à sua frente. Já tinha visto muitas fotos de vulvas depiladas, mas aquela estava ali, ao pé dele, a respirar o mesmo ar. Sorria para ele, com os grandes lábios inchados, mostrando o interior cor-de-rosa húmido, como uma flor orvalhada que se adivinhava quente e aconchegante.

Depois vira-se de costas, põe um joelho na cadeira e revela as nádegas. Inclina-se um pouco sobre a cadeira mostrando outra perspectiva do seu íntimo.

Ele engole em seco. O seu pénis papita por debaixo da roupa. Se aquela secretária não estivesse no caminho, teria resistido à tentação de lhe tocar? O sexo estava tão teso que lhe doía.

Ela puxa as calças num impulso. O olhar dele queima. Ela sente dificuldade em respirar, sente que foi longe demais.

O telefone toca e alivia a tensão que se acumulou na sala. Ele aproveita para sair dali com um "volto já". Vai direito à casa de banho, aliviar com urgência a tesão provocada por aquele vislumbre. Já tinha visto e tocado e saboreado a sua mulher assim. Mas o inusitado da situação deixou-o completamente louco.

Ela caiu em si e não sabia se havia de rir ou chorar. O que é que lhe teria passado pela cabeça? Tinha de lhe pedir desculpas.

Passado algum tempo, ele volta à sala. Ela desmancha-se em desculpas, que foi uma enorme falta de profissionalismo, que não sabe o que lhe deu, que vai pedir a uma colega que a substitua na consulta. Ele permaneceu calado a ouvi-la. Quando ela ia pegar no telefone para chamar a colega, ele não deixou.

- Não é necessário. Eu confio no seu trabalho. Vou ter de ir agora, mas depois telefono a marcar, ok?

Ela assentiu. Realmente não se estava a sentir com coragem para lhe tocar. Mesmo assim, ele voltou a dar-lhe dois beijos, um pouco mais demorados que da última vez.

Durante algum tempo, ele não conseguiu tirar aquela cena da cabeça. Fechava os olhos e ela aparecia. Decidiu que tinha de se disciplinar, ocupar a cabeça com algo mais produtivo e embrenhou-se nos manuais técnicos que tinha de supervisionar.

Ela não era tão disciplinada, e demorou muito mais tempo a conseguir concentrar-se no trabalho. À noite, quando chegou a casa, devorou literalmente o companheiro, com uma fome insaciável. Até acalmar. Andou pensativa uns dias, até decidir contar ao parceiro o que se passou. Ele mostra-se indignado no início, depois ri-se.

- Isso parece coisa de putos!

Ela fica envergonhada, mas confessa que o cliente lhe deu imenso tesão, que ela se encarregou de descarregar nele e pede-lhe desculpa. Ele fica com vontade de o conhecer.

- Não queres convidá-lo para vir cá a casa um dia destes? – A pergunta deixa-a espantada.

- Não, claro que não. Ele não aceitaria, não depois do que se passou. Além disso, ele é casado.

- Então, convida também a mulher. Ele sabe que és comprometida? – Ela continua surpresa com a atitude do companheiro. Por um lado, quer manter uma relação estritamente profissional com o cliente, por outro, sabe que já ultrapassou essa fase.

- Não, não o vou convidar. Confesso que tenho alguma vontade de o fazer, mas não me parece que ele o queira.

- Aposto que viria se eu não existisse.

- Eu não teria tanta certeza assim.

Nada melhor para combater divergências do que dialogar com o corpo todo. Estes dois dedicam uma boa parte do tempo que estão juntos a fazê-lo. E conseguem sempre chegar a um consenso…

Já Alberto é muito mais reservado. Nada do que se passou na clínica é discutido com alguém, muito menos com a sua esposa. Se ela fizesse ideia do que se tinha passado, sabe-se lá o que faria. Os dois entendem-se bem a todos os níveis, têm uma excelente relação, não será qualquer vulva que abalará isso.

O tempo vai passando e Alberto embrenha-se cada vez mais no trabalho, nuns quantos projectos pessoais, na família e deixa de aparecer na clínica. Sente algum carinho e simpatia pela rapariga e quer ao máximo evitar confusões. Carla bem que gostava de falar com ele, mas começa a mentalizar-se que é melhor assim, sabe-se lá o que é que poderia acontecer da próxima vez que estivesse com ele. Agora sorri quando se lembra do que se passou e suspira. Vai custar a passar aquele entusiasmo, aquela saudade, mas é mesmo assim. A vida continua…


Manuel Mann é escritor,
editor de CACILDA!,
putanheiro de responsa
e tarado profissional.
Escreve sobre mulheres e comida.
Este é sua primeira colaboração
na área da ficção.
LEITURA DE BANHEIRO
dá a ele as boas-vindas



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