Eu
era adolescente quando vi Virna Lisi no cinema pela primeira vez, e confesso
que fiquei toda molhadinha com a beleza ultrajante daquela mulher. Ela tinha
toda a safadeza de Marilyn Monroe, só que com um toque europeu. Como era
possível algo assim¿ O ano era 1966 e o filme era Como Matar Sua Esposa, onde
ela levava o pobre coitado do Jack Lemmon à loucura. Fiquei apaixonada. Pouco tempo depois eu a vi em Com Minha Mulher
Não, onde ela levava o pobre coitado do Tony Curtis à loucura. Foi uma das
poucas atrizes europeias a ser escalada para fazer dramas nos Estados Unidos, e
contracenou com Frank Sinatra, Rod Steiger e Anthony Quinn. Mas, como todos
sabem, por volta de 1970 o cinema americano se fechou para as atrizes europeias,
e Virna, que nunca tinha largado o cinema europeu, voltou com status de estrela
e recebendo papeis bastante densos e generosos. Foi uma das poucas beldades
italianas da época a conseguir fazer uma carreira cinematográfica sólida, sem
ter que apelar para as comédias eróticas como o diabo foge da cruz. Ganhou prêmios
aos montes ao longo de sua carreira, mas nada supera o ano em que ganhou tanto o
César quanto a Palma de Ouro por sua performance em A Rainha Margot (1994).
Trabalhou sem parar até 2014, quando descobriu um câncer na garganta em estado
avançado e morreu. Eu faço uma prece ao menos uma noite por semana para essa
italiana maravilhosa que ajudou a despertar minha libido na mais tenra idade e
a me fazer compreender que o meu negócio era buceta mesmo. Viva Virna Lisi! (Ju
Cartwright)
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