MEGAN FOX FALA
SOBRE O DIFÍCIL CAMINHO ATÉ “TRANSFORMERS”
(por ÉRICO
BORGO para OMELETE - 18.07.2007
Tom de voz
baixo, tranquilíssima, trajes absolutamente normais de dia-a-dia, escondida
atrás de óculos de aro grosso e com o cabelo preso. Se a garota que entrou na
sala onde estavam sendo realizadas as entrevistas de Transformers não tivesse
sido anunciada como Megan Fox, aquela beldade morena que interpreta a
personagem principal do filme dos robôs da Hasbro, eu nem desconfiaria. De
fato, pode até ser que passasse por ela direto na rua. Nah. Não vamos
exagerar... mesmo sem o glamour hollywoodiano, a atriz continua linda. E melhor
ainda, revelou que escreve e desenha histórias em quadrinhos. Sim, linda E
nerd. Confira agora a conversa com Megan Fox:
Como você
entrou no projeto? Você teve o mesmo receio quee tanta gente teve de que seria
um filme bobo pra crianças?
Eu não ligo a
mínima. Eu estava num programa de TV que foi cancelado e fiquei desempregada.
Daí a idéia de fazer um filme com Michael Bay e Steven Spielberg era
simplesmente boa demais pra ser ignorada. Em nenhum momento tive qualquer
receio a respeito do filme não ser algo "especial". É uma honra
trabalhar com essas pessoas.
O que mais te
surpreendeu em Bay e Spielberg?
Steven só foi
ao set uma vez e eu fiquei horrorizada. Ele é STEVEN SPIELBERG e Transformers
foi meu primeiro filme como protagonista. Foi assustador. Já Michael trabalha
como nunca vi ninguém trabalhar. Ele sabe fazer o trabalho de qualquer um no
set. Ele é um workaholic e um perfeccionista, totalmente dedicado ao trabalho.
É muito respeitável.
Parece
inspirador vê-lo trabalhar. Você se sentiu assim?
Sim, porque as
prioridades dele são totalmente diferentes das minhas. Eu priorizo minha
família. Ele se sacrifica pelo progresso da indústria e pelo entretenimento.
Isso é inspirador e admirável - mas não a ponto de me fazer mudar as minhas prioridades.
Sempre haverá
algo mais importante que o trabalho...
Eu acho que
todo mundo se sente assim, que há muitas coisas mais importantes no mundo do
que o seu trabalho. O segredo é não se distrair. Afinal, estar num emprego como
esses te garante um monte de coisas, como melhorar a vida da sua família. Com o
dinheiro de Transformers consegui comprar um carro para minha mãe. É pra isso
que trabalho, afinal.
Quando você
começou sua carreira?
Eu tinha três
anos e vi pela primeira vez o Mágico de Oz e fiquei obcecada pelo filme vários
anos. Eu tinha a roupinha da Dorothy - que nós mesmos fizemos porque éramos
muito pobres - e fazia todo mundo me chamar pelo nome dela. Isso durou um ano
inteiro. No final, deixei voltarem a me chamar de Megan, mas decidi que seria
uma atriz e isso ficou até hoje. Quase mudei de idéia aos 13 anos, quando
inventei de ser advogada, mas aí percebi que não gostava de Direito, mas que
estava vendo Ally McBeal demais. Ahahahahahaha.
Havia alguém
no show business na sua família? Houve alguma influência próxima?
Eu sou do Sul
dos EUA, do Tennessee, não da Califórnia. Ninguém da minha família é do meio
artístico. Apesar de uns boatos que eu ouvi por aí sobre eu ser parente do
Willie Nelson. Ahahaha. Não, a outra única pessoa que tem talento artístico na
minha família é minha irmã, que cantava, mas ela não insistiu, não teve
paciência...
Você saiu de
lá então, pra perseguir seu sonho.
Lá na minha
cidade não há teatros, aulas dramáticas nem nada disso. Só havia um coral e eu
acabei entrando nele, só pra me acostumar com o palco, apesar da minha voz ser
terrível. Dancei um pouco também quando era criança e adorava, entrava em
competições e tal... depois mudei para a Califórnia com 15 anos. Convenci minha
mãe a ir comigo e dei sorte, logo que cheguei consegui um papel pequeno num
filme da Lindsay Lohan, Confissões de Uma Adolescente em Crise. Aí comecei a
ganhar algum dinheiro e minha mãe me deixou ficar por lá sozinha.
E como foi o
teste de Transformers?
O processo
todo durou muito tempo... eu estava esperando uma ligação a qualquer momento,
porque me chamaram nove vezes para os testes - e ninguém te chama tantas vezes
assim se não houver um certo interesse. Enquanto isso também estava esperando
romperem meu contrato com a série de TV (Hope & Faith). Acho que ficaria
muito decepcionada se não conseguisse, afinal, investi muito tempo nisso. Mas
quando finalmente recebi a ligação fiquei atordoada. Foi sensacional.
Esse filme é
um cartão de visitas incrível pra você. Que tipo de projetos você vai buscar a
partir de agora?
Olha, não
tenho grandes vontades nesse sentido. A única personagem pela qual sou obcecada
é a heroína de uma história em quadrinhos chamada Fathom, de Michael Turner. Eu
mataria alguém para conseguir esse papel.
E essa recente
transformação em celebridade te incomoda? Quais as vantagens fora os melhores
empregos?
Isso aqui. É
muito empolgante viajar pelo mundo para comentar seu trabalho. Ver o mundo... não
dá pra reclamar. Tudo de graça, primeira classe, hotéis como este... é quase
férias. O lado ruim é esse lance de ser fotografada - que eu odeio. Odeio tirar
fotos, sou muito encanada comigo mesma. As pessoas dizem que sou sexy, mas
detesto isso e não acho mesmo. Não me sinto nem um pouco feminina, não sei
posar... é estranho. Gosto das roupas lindas. Mas não me sinto linda nelas.
Notei que em
Transformers o visual de Mikaela fica bem desgrenhado ao final. Ela termina o
filme bem acabada, diferente da maioria dos filmes de ação em que a mocinha
segue linda e intocada até a conclusão.
Legal você ter
comentado isso, porque algumas dessas coisas foram sugestões minhas. O esmalte
das unhas, por exemplo, que termina completamente destruído. Achei que ficaria mais
real assim. Aliás, semana passada em fui ver Quarteto Fantástico e Surfista
Prateado... por que diabos a Jessica Alba fica perfeita o filme todo? Ela está
lutando pra salvar o mundo e cada fio de cabelo perfeitamente alinhado,
lustroso e lindo. É irreal! Detesto isso.
Você pode
falar um pouco sobre as suas tatuagens?
Eu tenho oito
no corpo todo. Tenho muitas palavras, alguns trechos de literatura. "We
Will All Laugh At Gilded Butterflies" nas costas ["rindo das
borboletas variegadas", adaptação de Rei Lear, de Shakespeare], que eu
considero uma advertência aos perigos de Hollywood, à obsessão que as pessoas
sentem pelas imagens que elas inventam de si mesmas. É um traço de
personalidade ter tatuagens, é uma expressão artística, e eu também adoro desenhar.
O que você
desenha?
Mangás,
imagens inspiradas em animês e histórias em quadrinhos. Não sei pintar, mas sou
obcecada por ilustrações e quadrinhos.
Você tem
intenção de escrever quadrinhos algum dia?
Sem dúvida!
Algum dia quem sabe terei meus quadrinhos adaptados ao cinema?
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