A
arte da interpretação está no DNA. Filha do ator e diretor Luca de Castro,
Carol Castro ingressou no teatro justamente por incentivo do pai, ainda na
infância, quando ele tinha um grupo de teatro infantil. Sua estreia na TV foi
na novela “Mulheres Apaixonadas”, de Manoel Carlos, em 2003. A partir daí, não
parou mais, tem emendado várias novelas, séries, filmes e peças de teatro.
Entre os destaques na Globo, as novelas “O Profeta” e “Velho Chico”, além da
atual “O Tempo Não Para”, que termina no final deste mês. O trabalho na novela
das sete foi o primeiro depois da maternidade. Nesta entrevista exclusiva,
Carol fala da filha, dos novos projetos no cinema, incluindo um filme de Miguel
Falabella, e revela os segredos da boa forma.
Você
foi mãe recentemente. Como está sendo essa nova fase de sua vida?
Um
aprendizado a cada dia! E um amor que não cabe (risos).
“O
Tempo Não Para” é sua primeira novela após o nascimento de sua filha. Como está
sendo conciliar tudo isso? Em algum momento ela te acompanha aos estúdios?
Ela
já me acompanhou em todo um filme que fiz gravando no Uruguai durante um mês e
depois uma semana em Veneza, na Itália. Ela era muito bebê. Agora, prefiro
deixá-la em casa com sua rotina e seus passeios.
Além
da novela das sete, você está neste novo filme do Miguel Falabella. Pode nos
contar um pouco desse projeto?
O
filme “Veneza” foi uma grande experiência para mim. O longa é lindo e trabalhar
com o Miguel (Falabella) foi um grande presente, além de contracenar com a
incrível Carmem Maura, que sempre admirei, além dos atores incríveis Dira Paes,
Du Moscovis, Roney Vilela, Dani Winits, entre tantos outros.
No
cinema, você vem de várias comédias, como “Cilada”, entre outras. Dizem que é
mais difícil fazer rir. Você concorda?
De
certa forma sim. Acredito que seja mais difícil fazer rir do que chorar…
Qual
seu sonho de personagem? Existe algum tipo que gostaria de interpretar?
São
tantos! (risos) Amo as personagens de Shakespeare, por exemplo. Adoraria viver
alguma no teatro ou cinema.
E
na TV, se fizesse um remake das grandes novelas, qual personagem gostaria de
reviver?
Tieta,
sem dúvida! (risos)
Nossa
edição é de verão e, obviamente, muitas leitoras esperam de nossa entrevistada
algumas dicas de beleza e boa forma. Qual o seu segredo? Segue alguma dieta
específica, quais os exercícios que pratica?
Procuro
beber muita água sempre. Comer alimentos saudáveis e várias vezes ao dia.
Manter uma rotina de exercícios nem que seja de duas vezes por semana. Uma
caminhada já está valendo!
Além
do corpo, você tem algum ritual próprio pro detox mental, meditação, yoga,
oração? O que costuma fazer para baixar a adrenalina e equilibrar os
pensamentos e emoções?
Respirar
bem é fundamental sempre! Ficar na respiração já ajuda e muito para relaxar. Já
pratiquei yoga também. Adoro! Quero voltar a fazer quando der. E rezar… rezo
sempre!
Com
o final da novela, quais os próximos passos na TV, algum trabalho já agendado?
Estou
no elenco da nova novela das 6, “Órfãos da Terra”. E tenho dois filmes para
lançar: “O Juízo”, do Andrucha Waddington, com roteiro da Fernanda Torres, com
Fernanda Montenegro, Lima Duarte, Felipe Camargo, Criolo. É um suspense muito
interessante! Será lançado em março. E também o “Veneza”, do Miguel Falabella,
mas ainda sem data de lançamento.
Ser Mãe É...
“Minha
maior alegria. Transbordo de amor e de orgulho todos os dias porque ela é
realmente muito especial. É uma descoberta diária. É como lidar com um milagre.
Nina é o meu Sol."
Filha
de Pais Separados
“Quando
meus pais se separaram eu tinha 5 anos e fui morar com a minha mãe (Cecília),
em Natal. Ali, aprendi a começar do zero e isso acabou fazendo parte de quem eu
sou hoje. Ao mesmo tempo em que era bem serelepe como a Nina, também era bem
tímida. Isso ficou ainda mais forte quando fui para uma cidade em que não
conhecia ninguém. Não foi simples. Lembro que meus pais já não estavam se
entendendo há algum tempo, então foi melhor assim. A mudança de cidade foi
impactante, mas teve um lado lúdico também, que foi a ligação com a natureza.
Eu ia à praia todos os dias, os passeios eram em lagoas, descer rolando nas
dunas, isso me fez muito bem. Claro que eu sentia falta do meu pai. Quando
podia, ele ia me visitar ou eu vinha nas férias. Fui me adaptando."
Mudança Interna
"Depois
voltei para o Rio aos 9 anos para morar com ele, e foi aí que comecei a fazer
teatro. Meu pai tinha um grupo e me encantei por esse universo. Foi um ano
intenso. Morava em Santa Teresa (bairro do Rio) na época. Minha vida era
estudar de dia e acompanhá-lo nos ensaios à noite. Até que comecei a pedir para
fazer. Toda influência dele na minha profissão sempre foi indireta. Aconteceu
naturalmente. Ele me levava porque não tinha com quem me deixar. Fui me
interessando, me envolvendo e gostando. Voltei para Natal, depois para o Rio de
novo... E nessa loucura mudei 13 vezes de colégio. Mas todas essas mudanças que
passei me deixaram um pouco desapegada para certas coisas. Com a Nina, procuro
dosar liberdade e limite. E tenho, sim, a preocupação de querer ser uma boa
mãe, de fazer tudo certinho."
Parceiros
na Criação da Nina
"Desde
o início, eu e Felipe sempre pensamos: vamos fazer e aprender. No primeiro mês,
que é o mais delicado para os pais de primeira viagem, nós optamos por ficar as
madrugadas sem ninguém, só nós dois. Minha mãe ficava comigo durante o dia.
Fomos aprendendo juntos. Até hoje é assim. Eu gosto de dar banho, comidinha,
colocar para dormir... Ele também. Quando existiu, de fato, a separação física,
porque isso não acontece da noite para o dia - principalmente quando não tem
traição, quando é só um desgaste entre o casal - é porque já vem de um bom
tempo de conversas. Aí a gente achou que tinha que continuar, muito pela
criança, mas depois entendeu que não, que o melhor para ela é que os pais
estejam bem, separados."
Nova Rotina
"Estamos
nos adaptando a essa nova rotina, aos dias em que Nina dorme comigo, aos que
dorme com ele... Estamos montando um quartinho na casa do Felipe também. Quando
tem um concerto dele, eu vou assistir. Nossas famílias se cruzam, os amigos do
casal continuam. Normal. Somos privilegiados porque a Nina se adapta muito bem.
A gente conversa muito com ela: 'Olha filha, o papai agora tem a casa dele, a
mamãe a dela, você vai ter um quartinho lá e outro aqui', para ela não
estranhar. Acho que isso acaba ficando lá no fundo do inconsciente."
Mãe Guerreira
"Não
foi nada fácil. Nessas horas, os amigos ajudam muito. Minha mãe também. Tudo o
que a gente passa na vida eu penso que não é por acaso, tudo estava me
preparando para essa experiência que eu estou vivendo agora."
Solteira
e Realizada
"Acho
que quando a relação não está fazendo bem para os dois, não vale a pena manter.
Fico bem sozinha, apesar de ter a tendência de sempre me envolver. Para mim,
quantidade não é qualidade. Não consigo ficar de oba-oba, ficar por ficar, não
é da minha natureza. Sempre fui muito intensa. Quase todos os namorados que eu
tive, morei junto. Já me casei duas vezes. Quando resolvi que não ia casar, fui
com calma, cada um na sua casa, aí eu engravidei. Foi um descuido, aconteceu,
mas acredito que era para ser assim. A Ninoca é o maior presente da minha vida
e ela, realmente, tinha que vir ao mundo. No mais, deixo a vida me surpreender
nesse sentido. Estou bem, mas não fechada. Sempre fui romântica, emotiva e
gosto de ser assim, me faz bem. Tem gente que prefere ficar sozinha e só ter
uns casinhos de vez em quando. Eu não. Mas estou tranquila. Acho que quando a
gente menos procura é que aparece."
Amamentação
"Foi
bem difícil no começo. Tive dificuldade, mas como eu queria muito, sonhava
muito e sabia o quanto era importante, insisti. Dava de mamar chorando,
sangrando, tive três mastites. Aconteceram muitas coisas no meu pós. Tive um
parto maravilhoso, humanizado, sem medicamento. Foi lindo. Ela nasceu 1h40 da
madrugada de sábado, e sete da noite eu já estava liberada para ir para casa.
No dia seguinte, era Dia dos Pais, almoço em casa, tudo certo.
Espelho, Espelho Meu...
"Parece
muito louco, mas para mim foi primordial fazer o filme 'Veneza', ainda mais com
uma personagem (uma garota de programa) que tinha um sex appeal, que usava
pouca roupa. Através dela, eu me redescobri como mulher. Tive que correr atrás
para esse trabalho. Contratei uma enfermeira e personal que foi em casa me
ajudar a fazer exercícios. Fui a uma nutricionista, comia de duas em duas
horas, só alimentos saudáveis. Carboidrato era só inhame, arroz integral,
jamais farinha branca, açúcar, besteira.”
Corpo
em Forma
"Engordei
uns 13 quilos na gravidez. Seis meses depois do parto, eu já tinha voltado ao
meu peso de antes, 58 quilos. Minha prioridade é a Nina. Se não estou gravando,
quero estar com ela. Mas aí se ela dorme antes do almoço, dou uma fugida até a
academia e faço uma hora de personal. Estou malhando sem rotina. Sempre procuro
fazer alguma coisa, nem que seja uma caminhada, pegar uma onda, algum
esporte."
Recuperando
a Vaidade
"Não
foi logo, tá? Demorou um pouco. E eu me esforço. Em casa só usava roupas
largas, ainda mais depois de ser mãe, na fase de amamentação, com aquele sutiã
zero glamour. Agora, estou tomando gosto de novo por andar bem arrumada. Pra
mim mesma, sabe?"
Sem
Pressão
"Por
eu ter me dedicado, me esforçado e por saber que nada cai do céu, vejo que
recuperei bastante. Com o tempo, se eu continuar fazendo exercícios, acho que
dá para melhorar sem precisar entrar na faca. Como sou natureba, realmente
penso nesse caminho, que é árduo, mas que eu prefiro. Tenho um pouco de medo de
cirurgia, só não digo nunca.
Criação
"Quero
criar a Nina com os pés no chão, comunicação e muito amor. Educar é um desafio.
Tem que estar o tempo inteiro se controlando e se educando para poder educar
uma criança."
Carol
Filha
"Acaba
que a relação com a minha mãe é um pouco distante porque ela mora em outra
cidade, mas sempre fomos parceiras. Depois de ser mãe, você passa a admirar e a
entender mais os seus pais porque vê o quanto é trabalhoso, o quanto eles
acabaram abdicando de muitas coisas. Fica a gratidão. Tenho minha mãe como
exemplo, aprendo muito com ela. E vejo como fui uma filha legal também."
Dia
das Mães
"Vou
curtir a Nina, dizer o quanto eu a amo. Quando ela falou pela primeira vez: ‘Te
amo, mamãe’, quase desfaleci (risos). Não tem nada programado, deixo acontecer.
Só de estar pertinho dela, sentindo seu cheirinho, abraçando e beijando já é o
meu maior presente."
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