Sunday, May 12, 2019

ROBIN WRIGHT: A LADY MACBETH DOS SONHOS DE TODOS NÓS










APÓS ROMPER COM O PASSADO, ROBIN WRIGHT É UMA MULHER SEGURA QUE TRIUNFA NO AMOR E NA CARREIRA
Por Rocio Ayuso para EL PAÍS (25 MAR 2015)

“Trabalho nesta indústria há 30 anos e estou cansada de segurar a língua”. Assim Robin Wright começa a entrevista com o EL PAÍS. Veste Ralph Lauren dos pés à cabeça, marca em que se diz viciada desde que lhe mandaram “uma sacola cheia de roupas” com as que evita andar o dia todo de jeans e tênis. A nova dama de ferro da televisão norte-americana deixa claro desde o primeiro minuto que vem pisando em forte. Fala do trabalho, da carreira, do sucesso profissional na televisão – em 2014 ganhou um Globo de Ouro pelo papel de Claire Underwood em House of Cards –, onde começou antes de dedicar-se ao cinema, e de suas primeiras tentativas como diretora em uma indústria dominada por homens. Está certa de que chegou seu momento de brilhar com luz própria. “Tive filhos muito cedo e nesta indústria tudo são aparências. Você precisa saber quem você é”, afirma agora com total segurança.

Também fala de amor, de sexo, de encontrar-se às portas dos 50 e sentir-se mais desejada que nunca. Por seu companheiro, o ator Ben Foster (quase 15 anos mais novo), pela indústria e pelo público. “Suponho que cresci tarde. Levei tempo. Mas agora estou preparada”, acrescenta.

Esperta e sem papas na língua, ultimamente solta tudo. O único assunto de que não fala é seu ex-marido, Sean Penn, o homem junto ao qual passou quase 19 anos entre casamentos, separações, reconciliações e divórcios e com quem teve dois filhos, Dylan e Hopper, agora adolescentes e fazendo sua própria vida fora de casa. Como diz na revista Vanity Fair, que dedica a ela sua capa no número de abril, respeita muito Penn e seus filhos “extraordinários” e por isso não se presta a vender “felicidades e penúrias passadas” para consumo do público. Com o resto de sua vida, fala sem restrições. Se na revista reconhece que nunca tinha sido tão feliz, que nunca riu tanto e que nunca tinha tido tantos orgasmos, agora acrescenta, como quem não quer nada, que beijar seu novo amor “é minha comida favorita”.

A princesa Buttercup que precisava ser resgatada em A Princesa Prometida, a jovem à sombra de Forrest Gump em todas as suas andanças, a esposa e mãe eclipsada por esse furacão chamado Sean Penn, nunca tinha brilhado tanto. Demorou três décadas para chegar a este ponto. Agora seu sobrenome já não precisa apoiar-se no de seu ex-marido, como fez durante anos (quando mudou seu nome para Wright-Penn). A única coisa de que não gosta nesta transição é a gravidade. Refere-se à força terrestre que faz com que, na sua idade, suas carnes se pendurem mais do que gostaria. Algo incrível tendo em conta o corpo que mostra como primeira dama em House of Cards, série em que usa vestidos sóbrios e justos, saias tubo, saltos agulha e uma infinidade de malhas para correr. “É uma armadura”, confessa, um estilo desenhado por Kemal Harris, seu estilista, e que exige uma boa cinta, mais incômoda que um espartilho. “Não sei quem poderia pensar em vestir algo assim diariamente”, queixa-se, apesar da invejada silhueta que lhe proporciona na tela.

Perguntada sobre seu cuidado pessoal, prefere desconversar. “Você quer mesmo saber todos meus conselhos de beleza? Contar com uma boa equipe de maquiadores! Eu, nem me visto”, diz. Sua única recomendação é a meditação, que pratica quase todos os dias por 15 minutos desde que tinha 16 anos. E ter a seu lado um homem chamado Ben Foster: “Ele me iniciou na meditação transcendental, que faz desde os quatro anos de idade”.

Foster ocupa o centro desta nova mulher, nascida no Texas há 48 anos, que rompeu com seu passado. Uma relação que nasceu como todas as relações da atriz. Conheceu seu primeiro marido, Dane Witherspoon, quando rodavam a série Santa Barbara. Ficaram juntos dois anos. Conheceu Penn, na filmagem de Um Tiro de Misericórdia (1990), e além de sua amante e esposa, foi sua musa para seus primeiros filmes como diretor. Cruzou com Foster na filmagem de Rampart, mas, desta vez, não carregava mais o rótulo de “mulher de” e foi ele que assumiu o papel de “namorado de”. Disso sim, ela fala a todo momento. “Gosto de tudo nele”, diz de um ator e produtor que Wright sente “na medula” que é o homem de sua vida.

As coisas não são tão fáceis como sua euforia parece refletir. Apesar de seus anéis de compromisso e de suas tatuagens (um R no anular de Ben, um B no mesmo dedo da mão de Robin), no final de 2014 os dois terminaram a relação em que estavam desde 2011. Mas agora voltaram a desfilar juntos nos tapetes vermelhos. “Vai passar logo” é seu lema. “É a melhor parte do crescimento, você deixa de se preocupar com coisas pequenas”.





















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